Uma contratação bem-sucedida é aquela que gera conexão entre empresa e candidato. Usando o termo popular, é quando “dá match” no relacionamento. Para isso acontecer, não é apenas um fator isolado — como formação ou remuneração —que pesa para o recrutador ou para o candidato. É sempre um conjunto de fatores.
Foi isso que apontou a edição de 2021 da pesquisa Match Perfeito, feita pela Robert Half em parceria com a Fundação Dom Cabral, que ouviu 714 recrutadores e 700 profissionais, sendo 351 empregados e 349 desempregados.
É interessante analisar os fatores que mais pesam para cada parte. A começar pelos recrutadores, que priorizam estes cinco aspectos na hora de analisar o perfil de um candidato para uma vaga aberta:
- A experiência prévia do candidato;
- A aderência com a cultura organizacional;
- Ser indicado por pessoas relevantes no mercado ou na academia;
- A formação acadêmica do candidato;
- A expectativa salarial e seu enquadramento com as tabelas da empresa.
“O primeiro fator realçado pelos recrutadores é a experiência prévia dos candidatos. A lógica por trás disso é entender, a partir das experiências anteriores, o nível de proximidade daquele profissional com a vaga ofertada. Isso costuma reduzir o tempo de adaptação cultural do colaborador na nova empresa”, explica Paul Ferreira, diretor do Centro de Liderança da Fundação Dom Cabral.
“A decisão final, no entanto, depende de uma combinação de fatores. É isso que vai ajudar o recrutador na hora de selecionar um profissional ou não”, complementa Mário Custódio, diretor associado da Robert Half.
A conversa entre os dois executivos está no episódio #2 do podcast Robert Half Talks, que você ouve abaixo.
O que buscam os profissionais?
Analisando agora os fatores apontados pelos candidatos como os mais importantes na hora de aceitar a oferta de emprego de uma empresa, os cinco primeiros da lista são:
- Aderência com a proposta de remuneração;
- Aderência do cargo com a experiência prévia;
- Aderência com o desafio proposto;
- Aderência à cultura da empresa;
- Aderência do cargo com a formação acadêmica.
Quando analisadas separadamente as prioridades de empregados e desempregados, é possível observar diferenças. Embora os quatro primeiros itens da lista sejam os mesmos para ambos os grupos, muda a ordem em que elas aparecem:
- Para os empregados, os itens que mais pesam são, pela ordem, remuneração, desafio proposto, aderência do cargo com a experiência prévia e fit cultural.
- Para os desempregados, são aderência do cargo com a experiência prévia, fit cultural, desafio proposto e remuneração.
“A remuneração pesa mais para quem está empregado porque essa pessoa só sairia para outra oportunidade para ganhar mais”, infere Mario Custódio. “Mas, assim como no caso dos recrutadores, não é um fator isolado que importa. Também para o candidato vale a premissa de que é uma combinação de fatores que compõe a tomada de decisão”.
É isso que o recrutador deve ter em mente ao iniciar o processo de seleção e a entrevista. A análise não deve se concentrar demasiadamente num fator específico, como remuneração (no caso de profissionais empregados), simplesmente porque este item é o número 1 da lista para esse perfil.
“Considerar o conjunto é importante porque uma empresa dificilmente vai começar uma conversa de contratação pela remuneração, antes de falar de todo o resto”, pondera Paul Ferreira.
Robert Half Talks
Lançado em outubro de 2021, o Robert Half Talks está disponível nas principais plataformas de áudio e agregadores de podcasts. Em um bate-papo inteligente e descontraído entre headhunters da companhia e grandes nomes do mercado, o Robert Half Talks será uma atração quinzenal, com o objetivo de levar aos ouvintes discussões relevantes sobre o futuro do trabalho e dicas de como se adaptar a um mundo em constante transformação.
Mais informações sobre o Robert Half Talks você confere em: Podcast: Robert Half Talks | Robert Half